sábado, 2 de abril de 2011

Ex-amantes

Já não sou mais seu confidente. É como se todos os segredos antes confiados fossem hoje armas de uma guerra fria entre corações. Não sabe ela que o que mais quero  é ter de novo o posto outrora ocupado.

Outro

Confiança se conquista, não há hereditariedade ou direito.
Um casal não começa confiando um no outro cegamente, tempo e experiências do convívio cria as confidências, revelam-se os segredos, nos abrimos, nos entregamos, deixamos ir o corpo, a alma, o coração, damos a vida porque confiamos.  Sabemos e acreditamos nesse tão sério compromisso, sem contratos, clausulas ou verificações.
O ser não confiável é mais pobre do que aquele que não ama, o sem amor todos sabem, não ama, sabemos e esperamos por isso, uma vez que se aprende. Diabo é o não confiável, quase que ardiloso, nunca sabemos o que esperar, qual das inúmeras respostas dar e pior é não saber por quão tempo estará segura a mais tola das informações nas mãos de tão vil criatura.
Num casal se um não confia, a ponte, a ligação entre eles é seriamente afetada, pode até ruir e levar consigo a relação, não importando o tempo e a rigidez da ponte, afinal se a mesma não leva a lugar algum tem mesmo que ser destruída, por desuso , desgaste das mares, deixa de ser ponte, vira píer sem fundamento que um dia encontra a água e some.
Não se luta por confiança, não se debate por ela, esta além de apenas acreditar no outro, passa pelo sentir, se fixa no coração, na barriga, na respiração e enfim se solta no ar, se deixa levar como pluma no vento, sem medo do chão, acreditando que alcançará o infinito. É pura conquista.

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